Em 20 horas, você poderia pedalar os 320 quilômetros inteiros de Baltimore, Maryland, até a cidade de Nova York (e talvez até ter algumas horas de sobra). Você poderia assistir o inteiroSenhor dos Anéistrilogia eO Hobbittrilogia consecutiva. Ou você poderia pegar o voo mais longo do mundo.
Iniciandono final de 2025, transportadora de bandeira australianaQantas Airwayslançaráa rota sem escalas mais longa do mundo, do Aeroporto de Sydney, na Austrália, ao Aeroporto de Heathrow, em Londres, um esforço que a Qantas apelidouProjeto Nascer do Sol. A rota do voo cobrirá 10.576 milhas e levará tanto tempo que os passageiros poderão ver dois nasceres do sol a bordo (cruzará fusos horários de uma forma que permite um nascer do sol duplo).
A bordo do avião
Os voos serão realizados em Airbus A350-1000, a maior aeronave de fuselagem larga do setor aéreo. Embora esse modelo de aeronave normalmente acomode entre 350 e 410 passageiros, os aviões do Projeto Sunrise terão apenas 238 assentos, incluindo 6 suítes de primeira classe, 52 suítes de classe executiva, 40 assentos de classe econômica premium (em uma configuração dois-quatro-dois), e 140 assentos na classe econômica (na configuração três-três-três). Todos os passageiros também poderão acessar uma “Zona de Bem-Estar” a bordo, que, segundo a Qantas, será um espaço dedicado à movimentação com lanchonete self-service. Ainda não há informações sobre quanto a Qantas cobrará por passagem ou como será o serviço de bordo.
Como as companhias aéreas conseguem apoiar voos de longo curso
John Grant, sócio do grupo de consultoria de aviaçãoAviação MIDAS, disse à AFAR que a tecnologia para operar voos de longa distância já existe há alguns anos. A questão de implementá-lo tem sido mais uma questão de esperar pelas entregas das aeronaves e provar que o conceito será vendido, o que a Qantas tem feito com seu serviço de Perth, na Austrália, para Londres nos últimos anos.
“A rota tem que ser operada com menos assentos do que seria a configuração normal, o que reduz o peso da aeronave e amplia o alcance”, disse Grant. “Mas para que isso aconteça e para que o serviço opere de forma lucrativa, é preciso haver confiança de que a Qantas possa preencher esses assentos com tráfego premium. A resposta do serviço de Perth provou que a demanda existe, portanto, avançar na rota de Sydney faz sentido.”
Voo direto da Qantas Perth para Londrescomeçou em março de 2018. A viagem de 9.000 milhas leva pouco mais de 17 horas. De acordo com o site da Qantas, os voos só de ida de Perth para Londres em julho custam a partir de US$ 1.159 na classe econômica.
Laurie Garrow, professora de engenharia civil no Instituto de Tecnologia da Geórgia e presidente da AGIFORS, uma organização sem fins lucrativos focada em pesquisa aérea, ecoou esse sentimento, dizendo à AFAR: “O que é realmente interessante é que a Qantas está apostando que, se tornarem a experiência a bordo melhor para os clientes e oferecer mais espaço, as pessoas realmente farão esses voos de longa distância.”
O atual voo mais longo do mundo
Atualmente, o direito de se gabaro voo mais longo do mundo pertence à rota Nova York-Singapura da Singapore Airlines. Sua rota de voo mais longa, que conecta o Aeroporto Changi, em Cingapura, ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, a 15.500 quilômetros de distância, leva 18 horas e 40 minutos. A transportadora voa na rota desde 2021.
Os benefícios dos voos de longo curso
Garrow disse que, à medida que as viagens aéreas continuam a se recuperar da pandemia, ter uma conexão pode ser arriscado. A contínua escassez de pessoal pode levar a atrasos nos voos, o que pode fazer com que os passageiros percam os seus voos de ligação.
“Com mais paradas, há mais chances de algo dar errado”, disse Garrow. “Se você estiver em um voo sem escalas, quando estiver naquele voo, você sabe que chegará lá, então posso ver o apelo.”
Ainda assim, Grant não prevê que nenhuma outra companhia aérea venha roubar a coroa do voo mais longo da Qantas tão cedo.
“Não creio que haverá muitos mais mercados ou rotas como Sydney para Londres que não sejam servidos sem escalas”, disse Grant.
Bailey Berg
Bailey Berg é redatora e editora freelance de viagens que cobre as últimas notícias, tendências, dicas, transporte, sustentabilidade, atividades ao ar livre e muito mais. Anteriormente, ela foi editora associada de notícias de viagens da AFAR. Seu trabalho também pode ser encontrado noNew York Times,oWashington Post, National Geographic, Condé Nast Traveller, Travel + Leisure, the Points Guy, Atlas Obscura, Vice, Thrillist, Men’s Journal, Architectural Digest, Forbes, Lonely Planet,e além.
